24 abril, 2014

You wouldn't lie to us about your income, would you?



Num momento da minha vida que começo a lidar com o mundo do trabalho e das entrevistas de emprego, em que encontro mil e um sites e livros sobre os “comportamentos adequados”, “palavras-chave” e “as melhores respostas” para as entrevistas, deparo-me com isto… E se pudéssemos ser sinceros numa entrevista de emprego?

“Se não estivesse aqui (na entrevista) o que estaria a fazer?”
“Muito provavelmente a dormir!” era a resposta que eu gostaria de dar a esta típica questão cliché das entrevistas inovadoras. Em vez disso tenho que dizer que estaria a “trabalhar num projeto enorme que envolve muitas pessoas o que demonstra claramente o meu espirito de liderança e de equipa”.
Outra coisa que adorava dizer: detesto, MESMO, trabalhar em equipa por causa dos traumas dos anos de estudo em que se fazia trabalhos de grupo e acabava por fazer tudo sozinha, na noite anterior. As pessoas são horríveis.
“Como lida com o stress?” Esta é daquelas perguntas que me faz rir. “Ah lido muito bem claro, sou uma pessoa muito calma e consigo trabalhar muito bem com stress”….
Não. Provavelmente vou insultar tudo e todos. Mas o trabalho fica feito.
É relevante dizer que no dia da entrevista estou sempre especialmente bonita e que, se efetivamente for colocada, nunca irei tão bem vestida para o trabalho.
Se me perguntassem quais são os meus hobbies, diria que adoro, mesmo, dormir e basicamente tudo o que implique não fazer nada. Ficar o dia inteiro na cama é das coisas que me dá mais prazer. Estar no computador, ver televisão e, todas as noites, lá ir tomar um cafezito com o pessoal. Não há nada melhor do que uma vida assim. Mas somos obrigados, para o bem da nossa sobrevivência, a estudar e trabalhar.
Nunca usaria palavras como “polivalência” ou “proatividade” a que sou obrigada a por no meu CV.
Diria que sou Praxista e que apoio a praxe. Mostrava tudo o que lá aprendi, desde o respeito, à união, ao cumprimento de horários e prazos e a arcar com as consequências do que ficou mal feito e que desenvolveu competências em mim q eu desconhecia e que valorizo.

Gostava também de dizer que tenho muito mais de mim que nunca poderá ver na entrevista, muito menos no meu curriculum.

Só espero que nenhum dos meus futuros entrevistadores/patrões leiam isto.
Talvez seja melhor retirar o link do meu blog do currículo…

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