Pés na terra, cabeça na lua.

À medida que fui publicando aqui todas as fotos diárias do meu fivepastfive tenho reparado que, muito mais do que apenas partilhar a foto que tirei, tenho mostrado um pouco do que sou, todos os dias.
Hoje o tema é recordações. 
A foto representa um placard que mantenho na parede do meu quarto. No centro contém um mapa da Europa em que marco todas cidades (fora de Portugal) que já tive oportunidade de visitar. Tudo o resto são postais, bilhetes, talões, mapas, e muito mais, alusivos aos destinos que já visitei. Hoje, as 17.05h, estava a reorganizar o placard e a relembrar memórias. Preservo mesmo muito este tipo de recordações, para além deste quadro tenho também uma caixa com muitas mais lembranças.
Digo muitas vezes que se a minha casa incendiasse e tivesse oportunidade de pegar apenas numa coisa, seria, sem dúvida, nessa caixa.
Há muitas controvérsias na preservação de bens materiais (nem que seja fotos ou talões) para criar lembranças. A maioria das pessoas gosta de acreditar que os melhores momentos ficam na nossa memória, incondicionalmente, sem qualquer ajuda. Pode até ser verdade, mas mais verdade que isso é que sempre que me aventuro a abrir a caixa, perco-me durante horas a ler tudo o que tenho lá dentro e a averiguar cada papelzinho e, garanto-vos, impressiono-me sempre. É impossível mantermos tudo na memória e é uma grande alegria poder recordar. É mesmo como o meu queridissimo Álvaro de Campos nos diz...

Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.

Todos os anos procuro fazer pelo menos uma viagem a um país que ainda não conheço. Vamos lá ver o que este ano me guarda.